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domingo, 9 de dezembro de 2018

ASSOCIADA AO AÇAÍ, DOENÇAS DE CHAGAS AVANÇA NO BAIXO TOCANTINS



O Pará concentra metade dos registros de doença de chagas no Brasil; No Baixo Tocantins cidades como Limoeiro do Ajuru, Cametá e Oeiras se destacam no avanço descontrolado da doença. Abaetetuba e Igarapé Miri já possuem um controle e trabalhos de conscientização na região.

O desconhecimento em relação à doença é bastante comum na região, mesmo em áreas endêmicas, como no rio Cupijó, rio que corta o município de Cametá e Limoeiro do Ajuru. Limoeiro do Ajuru, a cerca de uma horas de carro de Cametá, é um dos municípios mais afetados pela doença no Pará e principalmente no Baixo Tocantins— Neste ano Abaetetuba foi campeã em Doença de Chagas no Pará, mais da metade dos registros de Chagas no país em 2018.


A Doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo. Recebeu esse nome graças ao seu descobridor, o médico brasileiro Carlos Chagas – indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doença do sono. O parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro.
É possível contaminar-se também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do barbeiro, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem esse mal para o filho durante a gravidez.

Os casos da doença na forma aguda, a única de notificação obrigatória, mais do que triplicaram de 2010 a 2017. Estimasse que 1,9 milhão a 4,6 milhões de brasileiros estejam nestas condições.

“Antes tinha um período para os surtos acontecerem, agora é o ano todo. E está muito subnotificado, é só a ponta do iceberg”, diz a cardiologista Dilma Souza, coordenadora do programa de Chagas do Hospital Universitário João de Barros Barreto, referência para a doença.

Em Cametá, uma família do distrito de Joana Coeli contraíram Chagas, mas resistem em associar a doença ao açaí, principal renda da família de ribeirinhos extrativistas.
Nesta semana uma Associação de Pescadores de Cametá (APADIC) começou um trabalho de educação e informação aos seus associados, uma família de associados também contraíram a doença, os associados fizeram uma campanha para a família fazer o tratamento em Belém.

Os principais fatores de risco para a doença de Chagas na região do Baixo Tocantins são:
1.     Habitar em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes
2.     Ingerir açaí sem a higienização adequada.
3.     Viver sob condições extremas de pobreza

A doença de Chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase aguda pode apresentar sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais sintomas estão:
Febre; Mal-estar; Inchaço de um olho; Inchaço e vermelhidão no local da picada do inseto; Fadiga; Dores no corpo; Dor de cabeça; Náusea, diarreia ou vômito.