O Pará concentra metade dos registros de doença de chagas no
Brasil; No Baixo Tocantins cidades como Limoeiro do Ajuru, Cametá e Oeiras se
destacam no avanço descontrolado da doença. Abaetetuba e Igarapé Miri já
possuem um controle e trabalhos de conscientização na região.
O desconhecimento em relação à doença é bastante comum na
região, mesmo em áreas endêmicas, como no rio Cupijó, rio que corta o município
de Cametá e Limoeiro do Ajuru. Limoeiro do Ajuru, a cerca de uma horas de carro
de Cametá, é um dos municípios mais afetados pela doença no Pará e
principalmente no Baixo Tocantins— Neste ano Abaetetuba foi campeã em Doença de
Chagas no Pará, mais da metade dos registros de Chagas no país em 2018.
A Doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase
americana e chaguismo. Recebeu esse nome graças ao seu descobridor, o médico
brasileiro Carlos Chagas – indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e
Fisiologia.
A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um
parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doença do
sono. O parasita pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos,
principalmente um conhecido como barbeiro.
É possível contaminar-se também com a doença a partir da
ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do barbeiro, da transfusão
de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato
direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de
Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem
esse mal para o filho durante a gravidez.
Os casos da doença na forma aguda, a única de notificação obrigatória,
mais do que triplicaram de 2010 a 2017. Estimasse que 1,9 milhão a 4,6 milhões
de brasileiros estejam nestas condições.
“Antes tinha um período para os surtos acontecerem, agora é o
ano todo. E está muito subnotificado, é só a ponta do iceberg”, diz a
cardiologista Dilma Souza, coordenadora do programa de Chagas do Hospital
Universitário João de Barros Barreto, referência para a doença.
Em Cametá, uma família do distrito de Joana Coeli contraíram
Chagas, mas resistem em associar a doença ao açaí, principal renda da família
de ribeirinhos extrativistas.
Nesta semana uma Associação de Pescadores de Cametá (APADIC)
começou um trabalho de educação e informação aos seus associados, uma família
de associados também contraíram a doença, os associados fizeram uma campanha
para a família fazer o tratamento em Belém.
Os principais fatores de risco para a doença de Chagas na
região do Baixo Tocantins são:
1.
Habitar
em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes
2.
Ingerir
açaí sem a higienização adequada.
3.
Viver
sob condições extremas de pobreza
A doença de Chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase
aguda pode apresentar sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais
sintomas estão:
Febre; Mal-estar; Inchaço de um olho; Inchaço e vermelhidão
no local da picada do inseto; Fadiga; Dores no corpo; Dor de cabeça; Náusea,
diarreia ou vômito.