Milhares de cametaense fizeram a prova do ENEM 2015, era visível
já pela manhã centenas de jovens chegando no porto da cidade, oriundos das
vilas e ilhas. Do distrito do Juaba chegam ônibus cheios de jovens esperançosos
e confiantes.
O Enem foi criado na gestão de Paulo Renato Souza frente ao
Ministério da Educação, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Era servir
como um modelo de avaliação anual do aprendizado dos alunos no Ensino Médio,
auxiliando o governo na elaboração de políticas de melhoria na educação do
País. O objetivo da prova, que na época continha apenas 63 questões (hoje são
180) um verdadeiro desgaste físico e emocional, e não pense que só são as quase
200 questões, ainda teve uma redação que este ano o MEC mais uma vez fugiu de
embates políticos como corrupção, maioridade penal, crise energética, crise
hídrica e outras temáticas também importantes. Não era de espantar que muitos
alunos foram obrigados e forçados a responder questões marxista na prova como
verdadeiras.
O tema da redação foi sobre violência contra mulher, um gancho da primeira questão que abordava o pensamento da filosofa feminista Simone de Beauvoir.
Em Cametá ouvi até quem apostava nas redes sociais sobre a temática da crise hídrica e nas olimpíadas de 2015, mas foi o professor Geovan (Cursinho Intelectus) que acertou na mosca a temática deste ano.
Os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) usou as redes sociais
neste fim de semana para acusar o Exame Nacional do Ensino Médio de
doutrinação. O motivo da reclamação foi uma questão da prova de ciências
humanas, que abordou a célebre frase "Não se nasce mulher, torna-se
mulher", da escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir. A questão
abordava o tema das lutas feministas no início do século XX.
"Mais ou tão grave quanto a corrupção é a doutrinação
imposta pelo PT junto a nossa juventude", afirmou Bolsonaro em seu perfil
pessoal no Facebook, na noite deste sábado (24). "O João não nasceu homem
e a Maria não nasceu mulher", ironizou ele.
"O sonho petista em querer nos transformar em idiotas
materializa-se em várias questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino
MARXISTA)", completou o deputado.
"Essa frase da Filósofa Simone de Beauvoir é apenas
opinião pessoal da autora, e me parece que a inserção desse texto, uma escolha
adrede, ardilosa e discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve
ensinar aos nossos jovens", disse o deputado.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, rebateu os
deputados em entrevista coletiva na noite deste domingo (25). Segundo o
ministro, a escritora e filósofa teve "grande contribuição" sobre a
condição da mulher na sociedade.
Sobre o tema da redação, que abordou a violência
contra as mulheres, ele afirmou que é um assunto importante e que ainda está
presente na sociedade brasileira. Ele disse ainda que achou o tema
"excelente" para que os mais de sete milhões de participantes
reflitam sobre isso. "Em relação ao tema da redação, é inquestionável.
Somos uma sociedade em que ainda há muita violência contra a mulher",
disse ele.
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