A história de Cametá é muito rica, poucos conhecem o outro
lado da história cametaense, o que temos é apenas uma visão narrada e escrita
de um prisma português, mas essa pesquisa quer mostrar o que havia por de trás
no primeiro momento da colonização portuguesa na região, quem eram esses
colonizadores, qual era sua cultura e sua verdadeira fé.
Segundo o professor Pedro Chaves o tempo esta apagando a
história e a cultura judaica em Cametá, o professor quer recontar uma historia,
partindo de uma nova visão, como uma historicidade cultural dos judeus na
região, o pesquisador afirma que muitas famílias são descendentes de judeus em
Cametá e região, mas nem sequer sabe sua origem e o que é ser judeus, como
exemplo de uma família de sobrenome Cohen no rio Guajará, distrito de Porto
Grande, que sabe que seus pais eram descendentes de judeus, mas o sincretismo
religioso fez com que se perdesse sua inteira identidade cultural e religiosa,
a pesquisa aponta que os primeiros portugueses que colonizaram as margens do
rio Tocantins era “Cristão Novos” judeus convertidos a força pela coroa
portuguesa, muitas famílias ao longo do tempo foi perdendo suas raízes.
O
professor juntamente com o Dr. Izaac Azancor, um médico da cidade elaboram um
projeto para ser apresentado na câmara dos vereadores de Cametá para que o
Museu de Cametá prepare uma parte na sua galeria para a apresentação da cultura
e a importância judaica na formação sociocultural e histórica da cidade de Cametá,
onde poucos há conhecem.
A pesquisa já enumerou dezenas de famílias que descendem de
judeus, a pesquisa é dividida em duas ondas imigratórias: A primeira onda de imigrantes
judeus na Amazônia se deu por Judeu português convertido ao cristianismo,
conhecidos de “Cristão Novos” ou Serfadistas.
A Segunda onda de Judeus na região se deu na época da “Belle Époque”
judeus marroquinos, que começaram a chegar ao Brasil em 1810, vindo
principalmente do Marrocos, estabelecendo-se na Amazônia, principalmente em
Belém, onde fundaram em 1824 a mais antiga sinagoga em funcionamento no Brasil
e, em 1848, o primeiro cemitério israelita do país; e em Manaus, onde chegaram
em 1880. Boa parte dos que chegaram no final do século vinham em função da
época dourada da borracha, e sua vinda foi financiada pelos que já estavam na
região. Cametá, no interior do Pará, chegou a ter metade de sua população
branca constituída de sefarditas na época.
A pesquisa destaca algumas famílias como: Elgrably, Cohen,
Chaves, Oliveira, Manesch, Azancor, Coelho, Coeli entre outros nomes em uma
lista de dezenas de sobrenomes.
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