terça-feira, 17 de abril de 2018

Sem Merenda Escolar, aluno desmaia de fome a 5 km de casa em Cametá.


Cerca de 50 crianças percorrem o trajeto das colônias do distrito da Vila do Carmo, todo dia, até a escola de Ponta de Terra; muitos saem de casa às 6h para poderem chegar depois de 1h de caminhada a escola, devido à falta de transporte escolar na região. Pais de alunos dizem que não há merenda desde o Junho do ano de 2017, antes só se ofereciam biscoitos devido não haver cozinha na escola que é improvisada, as salas funcionam dentro das dependências da Igreja Assembleia de Deus, a comunidade reclama do abandono e diz que seus filhos entram 7:30h e saem 9h devido a falta de merenda escolar.
“Já pediram para nós R$ 5 todo mês como se fosse uma mensalidade, e já até nos disseram que temos que ter responsabilidades de mandar nossos filhos com merenda pra escola, mas como posso mandar se não temos pra comer, na época da farinha, mando mingau de farinha para meus filhos, gostaria que o secretario de educação viesse ver nossa escola” diz uma mãe de uma aluna que não gostaria que seu nome não fosse divulgado com medo de perder o bolsa família.
Semana passada um aluno da escola desmaiou de fome no ramal que liga sua casa para a estrada da escola, a reclamação de fome é comum entre os alunos. As aulas acontecem em um barracão improvisado, sem cadeiras adequadas em Ponta de Terra localidade de Cametá, próximo a PA 151. .
No horário da tarde a situação é pior em muitas vilas do município, como as famílias têm renda baixa, muitos desses alunos saem sem almoçar. A Pedagoga Especialista em Educação Ana Carolina, afirma que boa parte das crianças nem tem o que comer em casa, e vão à escola contando com a merenda, mas como não tem muitas delas pararam de estudar.
No Rio Guajará a situação não é diferente, a professora descreve que: "Ficam dispersos, não prestam atenção. Eles falam: 'tia, tô com fome.' [...] A escola faz o que pode, chama a família, o Conselho Tutelar deveria tomar alguma atitude, afirmo que a culpa não é da diretora e nem da escola", diz a professora que não quis que seu nome fosse divulgado com medo de perseguição politica.
A comunidade escolar de toda Cametá aguarda a solução do problema que atinge milhares de crianças em todo município.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Conheço a comunidade. A escola está abandonada a anos. As crianças andam muito, no sol, longas distâncias em busca de educação. Mas como estudar se a fome não permite se concentrar? Cadê o prefeito, o secretário, o Conselho Tutelar? Cadê a polícia?! Gente denunciem. Educação e alimento é direito de todo cidadão!

    ResponderExcluir
  3. A ex-senadora e atual vereadora de Belém, Marinor Brito (PSOL), entrou com uma representação no MPE para que tomem as providências e encontre uma solução urgente ao caso.

    ResponderExcluir
  4. O Brasil está voltando a ser o que era antes.parabéns paneleiros que caíram na lábia dessa direita fascista.

    ResponderExcluir