Neste sábado, a VEJA publicou que
o empreiteiro Léo Pinheiro, transferido da presidência da OAS para uma
cadeia em Curitiba, fez revelações suficientes para tirar de vez o sono
de Lula e estender por prazo indeterminado o sumiço do palanque
ambulante. Como ainda não se decidiu por um acordo de delação premiada, o
empresário encarcerado pode até, para socorrer o chefe e amigo,
desmentir-se em outro depoimento. Mas tal opção é de alto risco: a
demonstração de fidelidade lhe custará alguns anos de prisão em regime
fechado.
Seja qual for o caminho escolhido, o que Pinheiro já disse (e
detalhou em copiosas anotações manuscritas) basta para incorporar ao
elenco do Petrolão o protagonista que faltava. No mais cruel dos dias
para quem tem culpa no cartório, as relações promíscuas entre o
manda-chuva da OAS e o reizinho do Brasil serão escancaradas nas oito
páginas da reportagem de capa. Entre tantas histórias muito mal
contadas, a dupla esbanja afinação especialmente em três, valorizadas
pela participação de coadjuvantes que valorizam qualquer peça
político-policial.
Num episódio, o ex-presidente induz Pinheiro a presenteá-lo com a
reforma do sítio que, embora Lula o chame de seu, pertence oficialmente a
um sócio do filho Lulinha. Noutro, um emissário do pedinte vocacional
incumbe o empreiteiro de arranjar serviço e dinheiro para o marido de
Rosemary Noronha, a ex-segunda-dama que ameaçava vingar-se do abandono
com a abertura de uma assustadora caixa-preta. Mais além, o comandante
da OAS cuida de desmatar o atalho que levou Lula a virar dono de um
triplex no Guarujá.
A participação do ex-presidente no naufrágio da Petrobras ainda não
entrou na mira da Polícia Federal. O inventor do Brasil Maravilha está a
um passo do pântano sem que tenha começado a devassa das catacumbas
malcheirosas que escondem a farra das refinarias inúteis e a montagem da
diretoria infestada de ineptos e corruptos, fora o resto.
Fonte: REVISTA VEJA
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