Diante da ofensiva da oposição em busca de embasamento jurídico para
um pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff decidiu reagir.
Ela ordenou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; o
advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o procurador-geral do
Banco Central dessem entrevista para contrapor o principal argumento que
passou a ser usado pelos adversários: a decisão do Tribunal de Contas
da União (TCU), que entendeu esta semana que a equipe econômica fez
manobras que descumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nos
últimos dois anos.
A AGU entrou com um embargo no TCU para tentar mudar o voto do
ministro José Múcio Monteiro, aprovado por unanimidade na Corte,
argumentando que não houve contraditório e que a União não foi ouvida.
O ministro da Justiça classificou a tentativa da oposição como
“lamentável” e fez críticas diretas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG. O
tucano afirmou, anteontem, que, caso seja confirmada a responsabilidade
de Dilma nas “pedaladas”, dará força ao pedido de impeachment. Para
Cardozo, Aécio está se aproveitando de um momento político e econômico
delicado. Segundo o ministro, as manobras foram legais e vêm sendo
usadas desde 2001, tanto no governo Fernando Henrique quanto no governo
Lula.
O PSDB reagiu, destacando que Cardozo estaria agindo como militante do PT:
“À beira de um ataque de nervos, o ministro da Justiça convocou mais
uma vez a imprensa para cumprir suas tarefas como militante do PT. As
graves e reiteradas denúncias que vêm sendo feitas ao seu governo não
partem da oposição, e sim do Tribunal de Contas da União e de órgãos
públicos de fiscalização que cumprem o importante papel de lembrar ao
Palácio do Planalto e ao PT que o Estado brasileiro pertence aos
brasileiros e é regido por leis que a presidente Dilma e seus ministros
precisam respeitar”.
0 comentários:
Postar um comentário